quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ata n° 009/2014-COMDICA

Aos vinte e quatro dias do mês  de setembro de dois mil e catorze  reuniram-se  os conselheiros  do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA na sala de reuniões do Centro Administrativo Municipal. Iniciou-se a reunião  falando sobre a apresentação de Coros da Associação Canarinhos Cantores de Garibaldi. A responsável pelo projeto, Sra Ivonete Grossi, comentou que deu tudo certo e que gosta muito do grupo. A conselheira Ione  comentou que o projeto é muito importante e agradeceu o troféu entregue para a presidente. A Sra. Ivonete comentou sobre o problema que está ocorrendo entre a Escola Família Agrícola e o Diretor da Escola Santo Antônio. Disse que nessa semana o grupo iniciou as atividades junto ao Coro Canarinhos. A secretária Mônica repassou para os conselheiros que é importante para o Conselho repassar as informações aos outros conselhos, visto que  durante a semana, São Sebastião do Caí solicitou informações acerca do edital e da forma como são apresentados os projetos. Repassou a informação sobre o Fundo de que a previsão é finalizar  ano com pelo menos cento e sessenta e três mil, quatrocentos e sessenta e cinco reais (R$ 163.465,00) para investimentos no projeto para 2015 (dois mil e quinze). Informou que foi realizado o cadastro do COMDICA na Secretaria dos Direitos Humanos. A conselheira  Ione informou, que por falta de quorum, será realizada uma reunião extraordinária para definir os membros da comissão de avaliação de projetos, ressaltando que o prazo de entrega dos projetos encerra no dia trinta de setembro. Nada mais havendo a constar lavro a presente ata que será assinada por mim e pelos demais presentes.

domingo, 14 de setembro de 2014

Escola de Pais

Gostaria de iniciar a coluna fazendo um pedido especial: se desejarem ser pais ou mães, preparem-se para isso tanto quanto se preparariam para assumir um cargo de uma responsabilidade singular: o cargo de suas vidas!

Infelizmente, não temos vestibular para maternidade e paternidade, sem contar que, organicamente, podemos sê-lo praticamente crianças, mas isso não nos dá o direito de colocarmos uma vida no mundo. Porque ser mãe ou pai vai além de termos capacidade de gerar e suprir financeiramente uma criança. Precisamos ter capacidade de provê-la emocionalmente. Para isso, é necessário estarmos inteiros, imunes à corrosão de nossas frustrações.

Estamos vivendo uma nova era em relação às mais diversas áreas. A maioria esmagadora da população adulta sai para trabalhar, portanto, tem menos tempo para questões do cotidiano doméstico – e se inclui aí, tempo para os filhos. Isso tem uma repercussão quase que imediata no desenvolvimento emocional e até mesmo educacional das crianças. Porém, o que realmente merece um olhar ainda mais atento é a somatização de todas essas “repercussões” e o que isso pode ocasionar em um futuro (não tão distante).

Já é sabido, pela maioria das pessoas, que qualidade de tempo não se mede pela quantidade de horas que passamos com os pequenos, mas, sim, por toda a dedicação e troca que fazemos nas poucas horas que estamos juntos. No entanto, da mesma maneira que não se faz um bom estudante ou bom profissional sem perseverança, também não se fazem bons pais sem a dedicação de tempo. E essa tomada de responsabilidade para si, que pais conscientes devem fazer, não auxilia apenas a criança, mas também os próprios pais.

A personalidade, o caráter e os valores sociais e culturais se formam, em grande parte, na infância. Portanto, essa terceirização generalizada das crianças terá consequências sérias. Nós, profissionais das áreas de educação e psicologia, já sentimos.

A oferta de referências de comportamento, o estabelecimento de limites e bons hábitos, a preparação para a autonomia, o ensinamento de tarefas simples e indispensáveis, a criação de uma rotina e o estímulo à socialização saudável são apenas algumas das responsabilidades de pais e mães que, ausentes em presença física, legitimam sua irresponsabilidade diante do compromisso com uma vida. E a negligência de hoje cobrará juros altíssimos amanhã.

Temos assistido a um número preocupante de crianças sendo encaminhadas a atendimentos especializados não por causas orgânicas e genéticas, mas em função de um meio empobrecido de estímulos, regras e organização. Não é pequena a porcentagem de vezes que precisamos, mais do que organizar a vida da criança, auxiliar os pais nessa estruturação. Mas o mais adequado seria, sem dúvida, fazermos isso anteriormente à existência desse pequeno ser. Se progredirmos em tantos âmbitos, prevendo acontecimentos dos mais variados, por que temos de expor um outro ser humano a experiências? Nos preparamos para uma entrevista, para um primeiro encontro, para uma banca de mestrado, até para irmos ao médico! Então, por que não nos preparamos para encarar essa jornada encantadora e, ao mesmo tempo, árdua, com integridade, retidão, lisura e prazer (que também é indispensável)? Mais do que as crianças, os pais estão precisando de escola.

Créditos: Jornal Zero Hora Edição n° 17914 de 06 de setembro de 2014 - Por Lisandra Pioner